O mundo se rende ao novo GTA

O ano era 1997 e o meu pai acordou de extremo bom humor. Dez reais pra cada filho ir até a banca de jornal comprar o que quiser. Na época, essa pequena fortuna me valeu uma revista dessas de games que vem com um CD de 500 jogos, entre demos e completos. O tema da revista era “jogos de corrida”, mas um jogo muito especial logo nas primeiras páginas me chamou atenção: Grand Theft Auto, em português algo como “Grande Roubo de Carros” (a expressão faz menção ao termo jurídico em inglês para roubo de veículos). A revista alertava que o jogo não era exatamente “de corrida”, mas a velocidade fazia parte dos requisitos para ter êxito. E um aviso bem nítido aos pais: durante o jogo o personagem cometia crimes terríveis além de roubar coisas, como tráficar drogas, chacinar pessoas na rua e explodir prédios. Foi amor à primeira jogada.
E não é que o tal jogo iria conquistar não só o meu eu pré-adolescente de 1997, mas milhões de gamers em todo mundo? Não só pelo aspecto subversivo do tema, mas pela proposta revolucionária de jogabilidade, em que você poderia simplesmente se recusar a fazer as missões oficiais e obter o seu entretenimento explorando (e tocando o terror, claro) o cenário do jogo, uma representação quase fiel de cidades americanas famosas.
Em 2001, a Rockstar, fabricante do polêmico jogo, revolucionou o mercado mais uma vez conseguindo prover gráficos tridimensionais e jogabilidade ainda mais revolucionária à série em Grand Theft Auto III. Na seqüência, lançamentos como “Vice City” e “San Andreas” confirmaram o sucesso estrondoso e reforçaram as polêmicas morais envolvendo o jogo. Dez anos depois, em 2011, veio o lançamento de GTA IV, com mais um salto tecnológico e novo alastro global. Até chegarmos ao mais recente lançamento, Grand Theft Auto V, uma produção primorosa com orçamento estimado em mais de 137 milhões de dólares e que arrecadou nada menos do que 800 milhões apenas no dia do lançamento.
Mas será que o ser humano é tão ruim por natureza que só essa índole duvidosa seria capaz de explicar a preferência por um jogo marginal? Para aqueles que poderiam pensar assim, começamos nossa catequização lá onde esse reboliço começou, o primeiro trailer do jogo lançado no começo desse ano:


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